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Democracia para sempre

Lula subiu a rampa. Recebeu a faixa das mãos de uma mulher negra, Aline Souza, catadora desde os 14 anos. A maioria dos mais de 60 milhões de votos que teve vieram justamente desse coletivo, majoritário na sociedade brasileira. Ninguém governa esse país sem as mulheres negras!

A faixa presidencial que Bolsonaro se negou a passar antes de fugir para Miami passou pelas mãos de outros brasileiros do povo. 

Um menino negro de 10 anos, Francisco, morador de Itaquera, periferia de São Paulo, pra nos lembrar que o Brasil de Lula é o país no qual a polícia mata meninos como Marcos Vinicius, da Maré, assassinado de uniforme e mochila, a caminho da escola.

O professor Murilo,  de 28 anos, trabalhador da educação, tão atacada pelos que odeiam o conhecimento e a ciência.  A cozinheira Jucimara Fausto dos Santos, do Brasil dos mais de 30 milhões de famintos. 

Ivan Baron, jovem LGBT, pessoa com deficiência, referência na luta anticapacitista. O artesão Flávio Pereira, 50 anos, trabalhador da cultura, tão perseguida pelo ódio às artes e aos artistas.

Passou pelas mãos operárias de Weslley Viesba Rodrigues Rocha,  36 anos, metalúrgico do ABC onde Lula começou sua jornada do herói como líder sindical. 

O Cacique Raoni, 90 anos, também passou a faixa para Lula. Ninguém melhor que ele para representar os verdadeiros donos dessa terra que antes de ser o Brasil era já a casa dos povos indígenas.

Bolsonaro não foi derrotado só por uma aliança de partidos, mas por uma sociedade civil organizada que não se calou um dia sequer e resistiu bravamente ao desgoverno da extrema-direita do ódio.

Lula não venceu por ser cacique de um partido, mas justamente por ser um homem de movimento, maior que qualquer sigla. O sistema político continua podre, branco, sexista e elitista, mas a sociedade civil organizada e os movimentos sociais que resistiu a Bolsonaro e o derrotou está mais pronta que nunca para ajudar Lula no rumo das mudanças que o Brasil precisa.

O país que antes disse “Ditadura Nunca Mais” agora diz “Democracia Para Sempre”.

FUENTE: Por Ricardo Targino / Mídia NINJA. Nota Completa: